Alan Moore começou sua carreira no final dos anos 70, desenhando tirinhas underground para revistas de música (Sound e NME) sob o pseudônimo Curt Vile, muitas com a ajuda de seu amigo Stuart Moore, e a tirinha Maxwell the Magic Cat para o jornal Northants Post (usando o pseudônimo Jill de Ray).
Pouco tempo depois, Moore passou a concentrar seus esforços nos roteiros. Seus primeiros trabalhos foram para a Marvel UK, 2000AD e Warrior. Na Marvel UK ele trabalhou em histórias curtas do Doctor Who Magazine e de Star Wars Weekly. Logo em seguida ele e o artista Alan Davis produziram uma série de histórias curtas do capitão Bretanha que começou a chamar a atenção dos leitores para a dupla.
No começo dos anos 80 um roteiro que ele fez para o Juiz Dredd impressionou o editor Alan Grant (que também escreveu hqs do Batman por muitos anos) da 2000AD. Moore passou a escrever Juiz Dredd, Future Shocks e Time Twisters. Depois ele passou para trabalhos mais longos, DR & Quinch, Skizz e a Halo Jones (a primeira série com personagem central feminino da revista). Em 1986 Moore deixou de trabalhar para 2000AD motivado por problemas de direitos autorais e pagamento de royalties (ou mais precisamente a falta de ambos).
Na mesma época o escritor trabalhou em duas de suas principais obras para a Warrior: V de Vingança (Com David Lloyd) e Marvelman (novamente com Alan Davis). Com o fechamento da editora as duas séries foram completadas por editoras americanas, respectivamente DC Comics e Eclipse (que teve que mudar o nome da revista para Miracleman).
Moore foi convidado pelo editor Len Wein para escrever a revista Monstro do Pântano para a DC Comics e o sucesso foi sem precedentes na época (e ainda rendeu um novo personagem para a editora, John Constantine). Em seguida Moore escreveu a Batman: A Piada Mortal e várias histórias curtas, entre elas as duas últimas histórias do Superman pré-Crise, “O que Aconteceu com o Homem do Amanhã” (republicadas em Grandes Clássicos DC vol. 10). Em 1986, foi publicado aquele que é considerado seu maior trabalho, Watchmen (desenhada por Dave Gibbons): série me 12 partes que mostra uma visão mais realista do impacto causado por heróis mascarados no mundo. Ao lado de Batman – Cavaleiro das Trevas, Watchmen foi um divisor de águas para as HQs de super-heróis.
Após completar V de Vingança em 1989, Moore parou de trabalhar para a DC, novamente por problemas de direitos autorais, e passou a se dedicar a quadrinhos independentes. O que foi muito bom, pois nesse período ele deu início a Do Inferno, Lost Girls, Brought to Light e Big Numbers (série inacabada, pintada por Bill Sienkiewicz).
Depois de alguns anos longe, Moore voltou aos quadrinhos de super-heróis no local mais improvável de todos, a Image Comics, editora formada por grandes artistas que deixaram a Marvel para criar seus personagens. Isso vinha de encontro com a vontade de Moore de manter os direitos sobre suas criações. Ele trabalhou inicialmente na minissérie 1963 (com os artistas Stephen R. Bissette, Rick Veitch e John Totleben – a mesma turma de Monstro do Pântano) e depois com Supremo (sua homenagem ao Superman), Spawn e Wildcats. Sua relação com a Wildstorm levou a criação da nova editora America´s Best Comics, que lançou a Liga Extraordinária, Tom Strong, Promethea, Tomorrow Stories e Top 10. A situação ficou delicada quando a Wildstorm foi comprada pela DC Comics. Moore deixou a ABC assim que o contrato terminou, levando a Liga Extraordinária com ele.
Com tempo livre ele conseguiu concluir Lost Girls, que foi lançada em 3 volumes de capa dura pela Top Shelf. A Avatar Press adaptou duas histórias curtas de Moore para os quadrinhos: The Courtyard e A Hypothetical Lizard. Ele também está trabalhando há alguns anos em um novo romance chamado Jerusalém.
Vida pessoal
Alan Moore nasceu na cidade de Northampton (Inglaterra) em 18 de novembro de 1953. Filho de Ernest Moore e Sylvia Doreen ele conseguiu entrar na Northampton Grammar School. Expulso da escola aos 17 anos por vender LSD, Moore jamais cursou uma universidade.
Com sua primeira esposa, Phyllis, ele teve duas filhas, Leah e Amber. O casal vivia ainda com uma outra parceira, Deborah. Eles acabaram se separando e em 2007 ele se casou novamente, dessa vez com Melinda Gebbie (artista de Lost Girls). Moore ainda vive em Northampton, onde trabalha em novas histórias da Liga Extraordinária, na revista Dodgem Logic e outros projetos. Alan Moore tem uma coleção de Eisner, Harvey e Eagle Awards e ainda ganhou um Hugo Award em 1988 por Watchmen.
- Universo Wildstorm por Alan Moore (inclui as minisséries Voodoo, Deathblow e Spawn/Wildcats) (Panini)